quarta-feira, 23 de março de 2011

Almoço V.I.P

SOOOOOOOOOOO Yammy!

Fala meu povo, como vai essa belezura? Hoje eu estou emburrada, porque tenho que escrever por mestrado e me falta ânimo, coragem, determinação, vocês vão me ler reclamar durante um bom tempo, então, acostumem-se! Porém, tenho que agradecer a uma pessoa muito maravilhosa que entrou na minha vida faz um tempo e parece que a gente se conhece desde sempre, hoje eu tava toda cabisbaixa e ela me chamou pra almoçar na casa dela, que é um SHOW diga-se de passagem! Franzita do meu coração, você salvou meu dia! Bjinhos


Pra não perder o costume, de ter mil partes no post, quero dividir com vocês um texto que escrevi nos tempos de facul, pra homenagear o parto que é escrever. Era pruma aula de narrativa, não reparem a pieguisse...


Ao som de : Último Romance- Los Hermanos, Coinscidência? Acho que não!Hahahhaa
Último Romance 

Copiado de :http://piauinauta.blogspot.com/
  A campainha do telefone tirou Mário de seu devaneio,ele deixou o exemplar de Comte sobre o sofá e levantou-se.Seu porte inspirava confiança e determinação.Do outro lado, uma voz tentara em vão vender-lhe purificador de água. O rapaz dirigiu-se ao banheiro, barbeou-se acompanhado de pensamentos mil, tomou uma ducha rápida , vestiu  jeans e camiseta , fechou a porta de entrada apressadamente, ao encontro de sua amada amiga.
  O apartamento cheirava a baunilha e canela, mobília marcante de uma certa época, Mário se sentia parte dele, já conheia cada detalhe de cor, cada cantinho era capaz de suscitar lembranças. Dona Vitória apareceu, vinda da cozinha cheirosa, beijou Mário nas bochechas e perguntou se tudo estava bem, se estava alimentando-se devidamente, como resposta obteve sorrisos.
  Vitória Alencar era uma senhora viúva que se recusava a acompanhar as modernidades do novo século, morava sozinha desde que Seu Alencar falecera e “possuía alma de anjo”, diziam os conhecidos, fascinava a todos com sua bondade e autenticidade, fazia as vidas alheias mais especiais e belas com seus pequenos gestos e mimos. Numa tarde de outono, sua vida cruzou com a do pequeno Mário, que depositou nela toda a devoção de um neto.
  - Vovó,dentro de mim há algo de estranho.
  - Ora meu pequeno, este “mim” pode ser perfeitamente substituído por um “nós”. Estranheza faz parte de nossa essência.
  - Mas sinto coisas...coisas grandes, maiores que eu, quero ser alguém, as pessoas vivem me dizendo que o mundo está perdido, elas que me desculpem, para mim, cada um de nós deve fazer algo para ganhar o mundo, eu penso sempre nisso, mas não descubro o que devo fazer.
  - Meu bem, durante todos estes anos de vida, busquei exatamente o que fazer para transformar o mundo num lugar ganho, na maioria das vezes não obtive resposta alguma, porém, nas rara ocasiões em que pude compreender, ao menos um esboço, percebi como o segredo mora, na maioria das vezes, com as pequenas ações e não com as grandiosas.
  De pequenos gestos dona Vitória entendia, sua amizade com Mário nasceu de um deles. O garoto estava no parque afugentando as pombas quando sentiu um dedinho cutucar suas costas cobertas por roupas gastas e sujas, o que viu no momento seguinte encheu sua boca de água, a figurinha de olhos negros segurava um enorme algodão-doce e , para sua surpresa, oferecia-o a ele, não sabia-se se o encanto era causado pelo doce ou pela garota, que  trouxera a iguaria a mando de sua avó observadora distante da cena.
  Mário sabia o quanto devia à “avó”, sua benfeitora e amiga possibilitara-lhe o ingresso na universidade e muitos de seus vinte e poucos anos foram passados sob o olhar atento da nobre senhora. Ultimamente, porém, tudo parecia obscuro ao jovem, ele gostava da vida , devia ser grato, mas era um inquieto e todas as vezes que se sentia perdido , voltava ao lugar que considerava seu, conversava com Vitoria e tudo ficava muito bem de novo.
  - E se minha missão permanecer oculta?Sinto que a vida será vã.
 - Você há de descobrir seu caminho, quando chegar o tempo.
  A conversa foi interrompida por duas batidas na porta , Mário espiou pelo olho mágico e, com um sorriso furtivo, destrancou a porta. Uma moça de olhar brilhante entrou e o cumprimentou alegremente, em seguida caminhou na direção da avó.
  A presença de Antônia deixava Mário atônito, por mais que tentasse, não conseguia agir de forma natural, ela era bela em demasia, inteligente e delicada, sua pele de ouro encantava Mário, esta paixão recolhida acompanhava-o desde menino; para ele, Antônia era a personificação do ideal  feminino, ele a amava desde a cena do algodão-doce, mas procurava esconder da garota o sentimento, ingenuamente, esquecendo-se do que dissera o velho Eça “amor e fumo não se escondem”.
  Dona Vitória não só tinha conhecimento do fato mas também fazia muito gosto do romance, porém nunca mencionara coisa alguma a Mário, assistiu durante anos a admiração que partia dele para sua neta, ás vezes pensava ver na pequena traços nítidos de reciprocidade, mas eram apenas momentos. Observar os dois juntos no lugar em que brincaram tantas vezes na infância, trazia um gosto de vida na boca.
  - A quantas anda a faculdade?Perguntou Antônia.
  - Ah,vai bem. Respondeu Mário.
  Silêncio.
  Lá fora, um temporal mal-humorado mostrava as caras, seu ronco invadia o ar, Dona Vitória levantou-se e foi até a cozinha para verificar os biscoitos no forno, Antônia e Mário falavam agora sobre a greve dos metroviários , assunto que destoava daquele contexto tão protegido e acolhedor, de repente, Antônia interrompe o assunto e diz que precisa contar algo importante a Mário.
  Casar. O mundo parecia ser feito de imagens caleidoscópicas para Mário, ele sabia que eventualmente ela conheceria alguém, mas tão cedo? E por que ele não conseguia dizer o que sentia? Perguntas. Perguntas sem resposta, ouviu-se balbuciando congratulações à amiga. Como a língua pode trair o pensamento.
  Mário levanta e diz que precisa ir, que já é tarde , Dona Vitória  diz lá da cozinha que chove muito forte e que os proibe de sairem até que o tempo mude.
  Meia noite. A chuva continua a cair torrencialmente. Mário e Antônia jogam xadrez distraidamente, como se nenhuma notícia tivesse sido anunciada de fato. Dona  Vitória sugere que todos preparem-se para dormir, pois o temporal parecia querer varar a noite, as crianças levantam-se, arrumam a sala, transformam-na num quarto, como haviam feito tantas outras vezes, Mário no chão, Antônia no sofá.
  As luzes se apagam, o silêncio reina.
  - Mário,você pode segurar minha mão?
  - Claro.
  Lá fora o céu chora, mágoas de um romance antigo.
Fim.
XOXO

5 comentários:

  1. Q coisa fofa essa mesa "natura". Amei

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  2. poutz q delicia...
    me abriu o apetite..rs

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  3. Ahh... amei nossa almoço Ana!!!! Temos q repetir e repetir!!!e com mais tempo ainda... e ânimo nesse mestrado, hein?! Beijãooo
    PS: Me achei mto VIP msm c essas fotos no post... agora entendi o pq da máquina!! rsrs

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  4. Passei pra ler o texto...
    simplesmente sensacional..dmais!!
    posta mais coisas assim..curti!!

    bju

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  5. Pensei que fosse seu apartamento!rs..realmente o almoço é de dar água na boca.Belo texto.

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